A versão da Tia

Já passava das 19h30 quando cheguei ao hospital, e a ansiedade na sala de espera era mais que muita. A Catarina fazia os trabalhos de casa e fazia questão de inteirar-se das novidades junto das enfermeiras... a excitação de ver o primo era mais forte! As avós esperavam e desesperavam, os sms e chamadinhas para os "soon to be" Papás repetiam-se, bem como as visitinhas ao quarto da Vera. Foram jantar, os telemóveis começaram a fraquejar e a Catarina teve que ir para casa dormir...

Continuaram os resistentes: Manelita, Bigi, os Pais do Zé, o Padrinho Paulinho e eu. Faziam-se previsões: "Será as 23h55 ou às 00h17?!?!?". Não nos davam informações de nada... ou melhor... até deram, mas quando as Avós chegaram ao quarto dos Papás disseram: "Estes não são os nossos!!!". A enfermeira tinha-nos dado falsas esperanças e só tivemos que mandar mais uns sms a dizer que tinha sido falso alarme e que continuávamos sem saber nada do pequinino...

Mas eis senão quando, já depois da 01h00, o telemóvel que o Zé Maria ofereceu ao Padrinho começou a tocar: "Estou?!?!? Já nasceu às 00h31 e tem 3.250Kg. Está tudo bem!"- dizia o Pai Zé. Foi a alegria!!! Aí sim, pudemos mandar todos os sms a dar a boa nova, mas desta vez com convicção!!!

Tivemos que esperar mais um pouco até começarem as visitas. Primeiro foram as Avós babadíssimas, artilhadas de máquina fotográfica e telemóvel. O Pai do Zé parecia uma barata tonta às voltas... Pouco depois chegou a Manelinha com as primeiras fotos e rapidamente eu, a Bigi e o Avô a assaltamos na ânsia do primeiro vislumbre do mais recente membro da família. A reacção foi unânime e automática: "É LINDOOOOOOOOOOOOOO!!!!". A Bigi e o Avô desataram aos pulos de alegria! Deram-se muitos abraços, parabéns e as emoções à flor da pele!

Os últimos a visitar o "meu Lindão" (como já o baptizei cá para mim) fui eu e o Padrinho. Um beijinho rápido e emocionado. Só queira ver a minha Cutxi e dar-lhe muitos beijinhos… queria dar um abração no Cunhadito…O Padrinho veio de lá (literalmente) “speachless”. Quem o conhece, sabe que não é pessoa de grandes manifestações. Mas o silêncio, para mim, disse tudo. “Papá, é lindo, não é?!?!?” - perguntava eu – “O Zé Maria é um pequinino lindo!” – não obtive resposta. Mas eu sei que o Padrinho estava arrebatado.

Fomos para casa, já perto das 02h00. Eu dormi como já não dormia há muito tempo. A sensação de felicidade é enorme! Mal posso esperar para segurar o meu sobrinho no colo e dar muitos beijinhos à Mana e ao Cunhadito. Pena que a Gi não tenha podido estar ali connosco… Senti a falta dela…