AS MINHAS ASAS

Eu tinha umas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Que, em me eu cansando da terra, 
Batia-as, voava ao céu. 

- Eram brancas, brancas, brancas, 
Como as do anjo que mas deu: 
Eu inocente como elas, 
Por isso voava ao céu. 

Veio a cobiça da terra, 
Vinha para me tentar; 
Por seus montes de tesouros 
Minhas asas não quis dar. 

- Veio a ambição, co'as as grandezas, 
Vinham para mas cortar, 
Davam-me poder e glória; 
Por nenhum preço as quis dar. 
Porque as minhas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Em me eu cansando da terra 
Batia-as, voava ao céu. 

Mas uma noite sem lua 
Que eu contemplava as estrelas, 
E já suspenso da terra, 
Ia voar para elas, 

- Deixei descair os olhos 
Do céu alto e das estrelas ... 
Vi, entre a névoa da terra, 
Outra luz mais bela que elas. 
E as minhas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Para a terra me pesavam, 
Já não se erguiam ao céu. 

Cegou-me essa luz funesta 
De enfeitiçados amores ... 
Fatal amor, negra hora 
Foi aquela hora de dores! 
- Tudo perdi nessa hora 
Que provei nos seus amores 
O doce fel do deleite, 
O acre prazer das dores. 

E as minhas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Pena a pena, me caíram ... 
Nunca mais voei ao céu. 

Almeida Garrett

Teimosia...

É isso... nem que seja só por teimosia, vou aqui deixar algumas palavras!
Hoje é dia 07 de Maio de 2018, são 10H35. A manhã está linda e parece que, finalmente, podemos dizer que estamos na Primavera.
Estive a ler algumas "páginas" deste blogue e fiquei com alguma nostalgia... é que era mesmo muito engraçado... que pena ter caído no esquecimento! Um abraço para todos.

Jardim Eden Budas (A ver se me lembro como isto "funciona"...)

E assim vai o tempo...

Este inverno entrou pela primavera dentro e não há meio de nos deixar! E não são só balelas, olhem para estas duas imagens:  uma fotografada em 2 de Abril de 2015 e a outra a 7 de Abril de 2016, hoje mesmo! E vejam a diferença: no ano passado a cerejeira da RM estava completamente florida; hoje a imagem é totalmente diferente, nem uma única flor a alegrar os ramos secos da mesmíssima árvore! 

Verdade seja que o céu está bem mais azul!

Já estamos na Primavera, mas o frio insiste em ficar por cá...

...no entanto, o tempo certamente há-de mudar e o melhor é ir pensando em férias... ou seja, praia e viagens!


Este ano, como prenda de aniversário recebi uma boa maquia em cheques de viagem e, por isso, estou a pensar visitar mais umas belas cidades europeias que ainda não conheça ou não me importe de revisitar.
Adoro viajar e  várias hipóteses estão a ser estudadas para posterior escolha.


Uma semana de praia faz também parte dos meus projectos... eu depois conto.

Quero ressuscitar este blogue...

... ainda que seja só para mim!
Sou giesta, a proprietária da Residencial Medrosa.

No dia 14 de Março completei 80 anos, o que pode ser considerado um marco na vida de qualquer cidadão... na minha também. Sinto o peso da idade? Claro que sim em certa medida, mas como continuo a pensar pela minha cabeça e me sinto ainda capaz de levar a vida com alguma independência, acho que não tenho razões de queixa, ou seja, "por aqui tudo bem".
Para mim é um privilégio ter à minha volta  uma família numerosa e bem disposta, o que torna as nossas reuniões  uma paródia divertida. E quanto mais pessoas estiverem presentes, melhor, como foi o caso do almoço em que foi comemorado o meu aniversário, realizado no dia 19 de Março (por ser sábado e poderem estar presentes mais pessoas). Mesmo assim, algumas pessoas não puderam vir, mas foram lembradas e estiveram lá, em pensamento, diria!
Foi um dia em cheio, eu depois conto! Obrigada a todos!
E, por enquanto, vai só a foto do tecto e candeeiro... mais tarde pensarei se devo mostrar mais!... 

Houve também um almoço no domingo de Páscoa, a caça aos ovos... bem, vou ter muito assunto para escrever, mas com calma,  pois como referi, os anos já são muitos!...

JÁ LÁ VÃO 10 ANOS... que será feito delas?!...

Reminiscências de um cruzeiro... foi em 2005!

Letra de Afonso de Sousa (a partir de um poemas de Almeida Garrett)

Quando era pequenino a desventura
Trazia-me saudoso e triste o rosto,
Assim como quem sofre algum desgosto,
Assim como quem chora de amargura.

Um anjo de asas brancas muito finas,
Sabendo-me infeliz mas inocente,
Cedeu-me as suas asas pequeninas,
Para me ver voar e ser contente.

E as asas de criança, meu tesoiro,
Ao ver-me assim tão triste, iam ao céu...
Tão brancas, tão macias - penas de oiro -
Tão leves como a aragem... como eu!

Cresci. Cresceram culpas juntamente,
Já grandes são as mágoas mais pequenas!
As asas brancas vão-se... e ficam penas!
Não mais voei ao céu nem fui contente

Na RM a reciclagem continua a ser muito utilizada!

No verão que agora terminou, foram os móveis de jardim - velhos e carcomidos pelo tempo - que tiveram direito a uma pintura que lhes deu um novo visual...

Ora vejam:

E foi uma forma barata (as tintas foram aproveitadas de restos de outras pinturas, nem sequer se gastou um euro...) de actualizar estas peças fora de moda... será que para o ano ainda estarão em condições de ser utilizadas?! Se não... mais uma camada de tinta... e já está!!!