RESIDENCIAL MEDROSA

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quinta-feira, maio 17, 2018

AS MINHAS ASAS

Eu tinha umas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Que, em me eu cansando da terra, 
Batia-as, voava ao céu. 

- Eram brancas, brancas, brancas, 

Como as do anjo que mas deu: 
Eu inocente como elas, 
Por isso voava ao céu. 

Veio a cobiça da terra, 

Vinha para me tentar; 
Por seus montes de tesouros 
Minhas asas não quis dar. 

- Veio a ambição, co'as as grandezas, 

Vinham para mas cortar, 
Davam-me poder e glória; 
Por nenhum preço as quis dar. 
Porque as minhas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Em me eu cansando da terra 
Batia-as, voava ao céu. 

Mas uma noite sem lua 

Que eu contemplava as estrelas, 
E já suspenso da terra, 
Ia voar para elas, 

- Deixei descair os olhos 
Do céu alto e das estrelas ... 
Vi, entre a névoa da terra, 
Outra luz mais bela que elas. 
E as minhas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Para a terra me pesavam, 
Já não se erguiam ao céu. 

Cegou-me essa luz funesta 

De enfeitiçados amores ... 
Fatal amor, negra hora 
Foi aquela hora de dores! 
- Tudo perdi nessa hora 
Que provei nos seus amores 
O doce fel do deleite, 
O acre prazer das dores. 

E as minhas asas brancas, 
Asas que um anjo me deu, 
Pena a pena, me caíram ... 
Nunca mais voei ao céu. 

Almeida Garrett

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segunda-feira, maio 07, 2018

Teimosia...

É isso... nem que seja só por teimosia, vou aqui deixar algumas palavras!
Hoje é dia 07 de Maio de 2018, são 10H35. A manhã está linda e parece que, finalmente, podemos dizer que estamos na Primavera.
Estive a ler algumas "páginas" deste blogue e fiquei com alguma nostalgia... é que era mesmo muito engraçado... que pena ter caído no esquecimento! Um abraço para todos.