Devia Começar Pelo Fim
Esta não é uma história sobre duas mentes cínicas com corpos perfeitos. Não. Não é uma história sobre o bonito, ou sobre o bonito que se finge feio, ou sobre o bonito que finge que gosta do feio ou sobre o feio que só olha o bonito. Não. Não é uma história sobre o banal ou o superficial, mas é uma história simples. É uma história cheia de complexos e complexidades, mas simples por não ser cega. É uma história sobre cenários improváveis, mas possíveis. Ou talvez não. Talvez irrealistas. Mas são irrealistas apenas porque todos somos cegos. Esta história fala sobre tudo o que nos afasta, tudo o que abominamos, tudo o que desprezamos em alguém e em nós. Esta história fala sobre defeitos, características, as mais belas idiossincrasias, os tiques mais irritantes e insuportáveis, sobre diferenças e semelhanças. Fala sobre gordura, pneus, flacidez, pêlos, assimetrias, frigidez, impotência, medos, obsessões, vergonhas, enfim, sobre todo o tipo de incompatibilidades. Fala sobre amor e falta de amor…fala sobre o que não é o amor e fala sobre o que este deveria ser.
Esta história fala sobre duas mentes que se sentem atraídas por todas estas características uma da outra. Por tudo aquilo que é insuportável para toda a gente. Pelo pneu a mais ou o pêlo fora do sítio, pelo nariz grande ou a pele flácida. Por tudo aquilo que os torna distintos, genuínos, característicos, iguais a si próprios. Pelos ataques de loucura de cada um, pelos actos irracionais, mas, também, pelo respeito e pela compreensão mútua existentes.
Esta é uma história sobre tudo o que temos vergonha de admitir, sobre tudo o que não queremos ouvir, sobre tudo o que nos custa saber, sobre os nossos erros e fraquezas.
Mas é, essencialmente, uma história sobre tudo o que gostaríamos que existisse para nós.
4 Comentários:
Só Alice, então... e o nome do autor?! Isto partindo do princípio de que a obra se intitula "Devia Começar Pelo Fim"...
Não porque este, especificamente, não vem responder ao desafio..foi escrito por alguém que saiu do labirinto
O quê??? Está giríssimo!!!
Eu cheguei a pensar que, se não tinha nome de autor, era da pessoa que publicou... bem, vou ler outra vez!
Parabéns!
Obrigada! :)
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