E se voltassemos às páginas 100?!
"Ele não responde. Se tudo irá ou não passar não é a questão. A questão é isto estar a acontecer neste mesmo momento com os judeus. Nos últimos anos, desde a construção da casa, de facto, Viktor tem vindo a sentir a sua condição de judeu. Não é uma nova descoberta atávica das suas origens mas a aceitação de um simples facto de herança, como ter uma deformidade heriditária excêntrica, um lábio de Habsburgo, talvez. Para algumas pessoas, para alguns membros da Deutsches Haus, por exemplo, este facto de herança marca-o. Ele é um judeu, eine Jude, Zid, um Yid. E agora, na Alemanha, eles incluíram esta identidade na lei. Se ele estivesse na Alemanha, teria de modificar a propriedade e a gestão de Landauerovy Zádovy, de modo que aparecessem apenas arianos nos postos de executivos e na administração. Se ele estivesse na Alemanha, o seu casamento com Liesel, embora ainda sendo válido, seria todavia uma anomalia porque todos os casamentos posteriores do mesmo tipo, entre arianos e não arianos, são agora ilegais. Se eles estivessem na Alemanha, Ottilie e Martin seriam oficialmente considerados como mischlingen, mestiços, seres inferiores."Pág. 100, linhas 1 a 20
A Sala de Vidro, de Simon Mawer
Etiquetas: Página 100








































Durante a nossa estadia na Ericeira, aproveitámos para visitar o Palácio Nacional de Mafra. Este imenso monumento foi mandado construir pelo rei D. João V, em cumprimento de um voto, tendo a primeira pedra sido lançada no ano de 1717. Uma parte do edifício destinou-se a um convento que veio a ser habitado pela Ordem de S. Francisco da Arrábida e mais tarde também pelos frades da Ordem de Santo Agostinho. 





